11.10.10

Fúria jogada para o espaço


Pétalas são expulsas lentamente a cada toque
o coração está se esquecendo de quantos pregos ele recebeu
e a cada passo para o além ele vai despedaçando suas pedras de gelo
está certo do que somos
e já está feito o que fizemos
não há como recuperar nossa fúria travada em quatro muralhas
era fúria ardente, fogosa, inebriante e ao mesmo tempo delicada
escorria entre meus dedos
escorria por seu rosto e estacionava entre seus seios
Está no espaço agora, flutuando e exalando pra ninguém
e não espera por sorrisos e olhares apaixonates... só está lá
é um presente pra almas perdidas como você.


(Lápis)

Um comentário:

pam disse...

Tava com saudades daqui!

Ah... o jeito que você escreve faz bem pro coração cara.

as petalas podem ser as coisas boas que temos dentro de nós. as vezes de tantos pregos que recebemos deixamos que essas petalas escapem pelos dedos, exatamente como vc descreveu.

mas o certo mesmo é a gente não deixar isso acontecer.

a gente tem que deixar o coração lisinho como uma flor. sem rasura nem fissura.

a furia tem que escorrer mesmo. pra longe. furia estraga e envelhece.

ah brisei... mas gostei da arte e do texto. como sempre :)